quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"- Em nós, espalham-se os laços, desfazem-se os nós."


Ontem gritei teu nome. Gritei como se você fosse ouvir. Sabe aqueles gritos que saem da alma num momento extremo de prazer humano na mente? Aquele prazer de quando as vozes se encaixam numa bela harmonia, da mesma forma que os corpos se encaixam na liberdade da escuridão. Gritei teu nome. Gritei de verdade. Foi daqueles gritos que ninguém consegue ouvir, só eu e talvez você. Muito talvez mesmo. Não foi João nem Maria. Foi aquele nome nosso. Daqueles que nós sabemos a importância que é ter o que é nosso. Não estou lamentando, estou apenas dizendo que lembro, que lembrei. Lembrar é um estremo momento de lucidez na memória. Não, não bebi. Não hoje, nem ontem. Faz isso. Continua botando tua mão no meu peito esquentando meu coração. Ta guardado. Quente. Bem cuidado. Dos nós, fazemos os laços. Esses, nossos, laços. Ontem foi um daqueles dias que, a vontade de te ver chega ao extremo, ultrapassa qualquer linha de mar.Daqueles que não existe onda. É, o tempo brincando com dançar da areia. Eu com meus ensaios, você com seu trabalho. Essa distância que nos prende ainda mais. Gritei ontem e hoje, te espero. Isso é o que me basta de verdade. Você!

ps: essa foto eu tirei ontem, depois do ensaio.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009