terça-feira, 9 de março de 2010

M de Saudade.




Hoje o tempo passa no tempo dele. Sempre é assim, eu sei. Não posso acelerar, jogar tudo pra frente. É o que mais queria nesse exato momento. Tenho acordado tão só. Na cama, lembro de pernas, das mãos, dos olhares, sorrisos... viro pro lado, meu travesseiro e o vazio acompanhado do perfume da lembrança. Eu sinto. De verdade, sinto.
Me pego olhando pro nada. Meu espelho não me reconhece. São outras bocas, pernas... outros toques, cheiros, músicas, sabores... no final, só o final. Eu era feliz. Era. Não que não esteja sendo, por que sou uma pessoa que inventa os dias. Sou feliz. Mas antes... não inventava tanto. O antes era tão bom, tão verdadeiro. O Eu completo. Hoje, metade de mim sou eu e a outra metade, partiu. Só me resta o meu lado de dentro.
Choveu tanto um dia desses. O céu tava tão perto da terra... cada raio lindo, cada trovão... Fiquei só olhando pela varanda. Pensei tanta coisa... e no final, saí andando... na escuridão do vazio da solidão. Não que estivesse só, não é isso. Só estava na falta de você que sou eu. Não senti medo. Só no depois. Mas que ironia não? No início -do nosso início- o medo, agora a saudade. Seria bem melhor deletar tudo e voltar para o antes do agora. Voltar aquele sorriso, aquela mão no meu peito, como quem segura o coração. Aquelas pernas entrelaçadas, aquele toque.. aquele, aquilo... tudo.
Agora não sei terminar esse escrito. Fico com o silêncio da noite e essas lágrimas que caem.

Um comentário:

  1. Já vi um sentimento uma vez. No dia em que vi, chovia, tinha trovão, raio e uma voz me disse: Vai!

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