segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

'Mas toda paz é tão certa, quanto a alegria de saber lidar com a solidão.' ♪♫

Sem mágoas, sem perguntas, sem nada. Talvez entenda. Não entendo. Não quero mais olhar ninguém agora. Preciso dos meus óculos escuros, aqueles que cobrem o rosto todo. Não olharei mais. Sinto que tudo está mudando. Quando chove e não molha, na verdade, acaba inundando, e eu, que aprendi a nadar cedo, saio dessa linha de não dizeres. “Linhas em ondas” como diz um grande amigo em uma das suas músicas.
Ontem assisti uma das melhores peças, “Bacad”. Sim, chorei. Chorei, por sentir demais tudo aquilo lá naquele palco. O fogo, o vento, o novo, o velho, as cores, a mata e a vida. Esse espetáculo teatral, escrito por um grande amigo meu, me cutucou em cada palavra, cada ponto. Quando falou do tempo do tempo. Do tempo do vento. “O mesmo vento que leva, é o mesmo que trás”.
Agora ventou. Ontem também. Nada existe nesse futuro de próximo minuto, a não ser essa vontade de sair sozinha por aí. Gostaria que tivesse chovendo. Ser lavada pela água dos pés a cabeça. O que é pra ser guardado, está. Guardado e regado, o resto da loucura, usamos as sós. Todo mundo é um só de si. E tudo segue.
Sonhei que estava acordada. Aqueles olhos cor de mel envolviam os meus de mesma cor. Parecia ser o espelho dos olhos. Depois percebi que estava sonhando acordada. Na verdade, não sei direito se era o contrário de tudo ou se é tudo como estou dizendo. Vi a foto ontem, antes de ontem, antes de antes de ontem... gosto de fotos. Mas, eu não sei direito o que é isso tudo. Estou simplesmente perdida no meio de um tudo que sou eu. Que é meu e de alguém que também sou eu.
O tigre me reverencia. O leão lambe a minha cabeça. Diz que só eu conheço, que só eu sei. Mas na verdade, isso foi tudo dormindo. Eu não sei de nada, só sei que a chuva dos meus olhos tem gosto de mar. Descobri isso quando criança. Toda vez que chovo, volto a ter meus 8 aninhos, como agora.
Deito-me na pedra,seguro meus machados e durmo envolvida pelo arco-íris do amor e o vento da vida.

Um comentário:

  1. vc e seu casulo
    os olhos q são seus e a chuva q te segue dentro de vc , vai descobrir um dia que sempre esteve acompanhada , n por quem vc quis , nem por vc mesma , mas por quem sempre te quis mais do que vc a si mesma !Alice

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