sábado, 25 de agosto de 2012

Uma foto bonita e um texto simples.



Morena clara, sorriso branco e olhos brilhantes. 
Cachos e  flor.
 Mãos delicadas de quem cuida, e cuida. 
Carinho que completa todo espaço de um tempo.
 A mente viaja com cada toque. 
As bocas se encontravam e eu queria mais.
Sempre mais.
Falo de saudade.
 Saudade que ninguém sabe.
Ninguém sabe de nada.
A gente é quem sabe. E tudo isso nos basta.
Mas aquele sorriso que me fez sentir tudo perto. Sorriso que me trouxe sentimento e me deixou presa no espaço, na lua. Nossa lua.
A música toca e eu volto tudo. Eu sinto. Sinto tudo como é de se sentir. Gosto e guardo.
Silêncio e lembrança.
Um beijo no canto do sorriso de Boa Noite.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

'E a minha voz na dela e a tarde dói de tão igual...'


Carinho é aquele gesto guiado pelo sentimento que vem de dentro pra fora, tocando de fora pra dentro a outra pessoa. Sorrisos, olhares, palavras, canto e cheiro – tudo aquilo que alcança a nossa alma, nos deixando plenos. Aprendi tudo isso quando era criança. Eu sei a importância do encontro das mãos e todos os gestos seguidos no depois de cada completude de um encontro. A emoção invade e eu fico grande. Meus olhos molham, meus lábios não se fecham e meu coração palpita feito um atabaque em uma maravilhosa noite de Xirê. Me sinto povoada, cheia de fogos de artifício de dentro pra fora. Não consigo decifrar ao certo, bem, como isso acontece. Acontece e não existe palavra. Sou filha de Rei. Sou filha do fogo. Sou a parte de mim e a outra parte também. Sou. No carinho, somos. Maria segue com sua voz, tocando nas partes mais puras e profundas dentro em mim. Eu canto. Ela me canta. Eu me apaixono. Ela não sabe.
Lembro da voz dela falando: “Linda. Menina linda. Você é linda.”  Nesse momento pensei: se ela soubesse o tanto que a gente se conhece... dos bons vinhos e whiskys juntas, de quantas vezes me ergueu e me deu coragem... se ela soubesse... Tanta coisa, tanta coisa.
Fico imaginando um reencontro. Eu não quero fotos, nem pegar no cabelo dela, nem nada que muita gente quer. Acho importante saber o quanto a gente mexe dentro do outro. Eu só vou querer o bom e velho abraço de sempre. O sorriso, as piadas e o olhar. Um dia ela vai saber de tudo. Das partes que tornam um completo. Eu sei quem é Maria: raio, rio, rainha, voz, interpretação, mulher e menina. Maria é carinho. Maria é Bethânia.
Com carinho e gratidão, a Maria Bethânia, de Amannda Mattos.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Um beijo, menina da lua.

                                                                                                                    
                                                                                                                            12 de Agosto de 2012

Oi, faz tanto tempo que não te escrevo. Me pego lembrando e me perdendo nas promessas feitas. Esquecidas, pressuponho. Sabe, andei queimando algumas cartas. Ta, todas. Confesso. Mas foi bom que tudo virou fogo e depois cinza e o vento carregou com ele. Já tenho 24 anos. Passei um tempo muito bom, sabe... confusa como sempre e sem esbórnias. Aí vem o depois. Andei me encantando mais uma vez, e como sempre... chorando. É tão estranho falar isso assim, principalmente pra você. Continuo escrevendo e não sei se pelo menos essa carta será entregue. As outras já foram entregues as chamas do tempo. Engraçado que tudo comigo tem que ter um fogo, né? Nem que seja um palito de fósforo riscado.  Me peguei ouvindo “A idade do céu” e toda a cena volta. Confesso que eu n ouvia por mim, era meio que “obrigada” ouvir e eu nem ligava. É sempre bom relembrar o nó que as mãos fazem quando se encontram.
Continuo me apaixonando por mãos. Por elas eu também andei chorando. Não venha pensar que eu sou chorona, você sabe da parte de você que sou eu, como eu sou de verdade. A gente sempre sabe da gente. Tem muita coisa de mim que você não conhece mais e eu de você. Mas tem aquela parte que é sempre igual, em mim e em você. Aquele espelho guardado no baú de dentro com o mesmo reflexo de sempre. Tem horas que eu acho que não falta nada. Tem horas que falta tudo. Estou mais velha. Mais velha e apaixonada. Dona Canô me ensinou que a vida é agora. E tem sido assim. Vivo, choro um pouco e continuo vivendo. Depois de tudo, virei pedra e tornei a virar carne. Culpa minha. Só minha. Estranho falar assim, dessa forma com você. Sabe, nunca precisamos muito de palavras, pois já sabemos o que pensamos. Confesso que no início tive medo, depois me senti protegida e feliz pela nossa ligação. Sinto falta da nossa sinceridade. Do começo. É isso. Falta do começo e só. Mais nada.
Tenho vontade de terminar essa carta logo, mas tem tanta coisa pra ser dito ainda... não sei continuar. Faz assim, Olha nos meus olhos. A gente sempre se encontra no lugar certo dentro de nós, de mim que é você e de você que sou eu. A gente é quem sabe. Me olha. Te canto.
'Eu sei que é complicado amar tão devagarinho
E eu também tenho tanto medo.'

Com o carinho de sempre, Amannda Santos.