quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ela e Eu.

O tempo voa junto com os pensamentos. Passos lentos, mochila nas costas, uma mão no bolso e a outra também. Sentindo o sabor de cada lágrima caída, passando pelos lábios. No rosto, um óculos escuro, cobrindo, praticamente, todo. Tudo isso, pra se sentir segura. Pra ninguém ver o futuro pelos olhos dela. Todo começo de cada sentir, a chuva caía. Uma mistura de frio e calor, seco e molhado, e assim seguia. Olhando pro céu, não se via a lua, nem estrelas. Sim, era noite e ela usava óculos. Não por falta de colírio, pois não existe o porquê esconder nada de ninguém, mas sim, pelo futuro daquele olhar. Também, por conta da tristeza que é só dela. Coisas assim, de ela pra ela. Uma saudade só dela, um sentir, um gosto, uma vontade, tudo. Não existem ponteiros nessas horas. Tira uma das mãos do bolso com um dinheiro, e solta um sorriso de canto ao comprar uma barra de chocolate. É, uma mulher menina. Eterna menina. Não tem pressa. Tudo gira. Ela vai se perdendo nos pontos de tudo. Desse texto, da vida, de tudo o que vê, do agora.
Sentada numa esteira, vê a lua andando no vento. Não havia núvens no céu. Ela tava de vermelho e preto em plena segunda-feira. Às vezes, dava cada pulo, que parecia alcançar as estrelas. Voava. Ela, ali parada, admirando cada gesto, cada segundo de cada passo e olhar. Tudo muito lindo.
Cabelos ao vento, o coração guardando as melodias da verdade e os olhos misteriosos escondidos. Ela é e sempre foi assim. Brinca de esconder algumas coisas. Ninguém sabe, mas eu já descobri muitas coisas. E algumas pessoas, estranhamente, também. Falo de um pensar de uma música, e a outra pessoa que não é ela nem eu, começa a cantar. É tão instigante isso tudo. Nós achamos. É o conversar de olhos. Nós amamos os olhares e o que eles dizem. Ela acha mais engraçado do que eu, quando o olhar contradiz o que a boca fala. O de dentro entende mais, por isso ela solta gargalhadas, que às vezes, eu não entendo mas me melhora.
A deixo só e de longe, a observo. Ela nunca me deixou só, mas prefere ficar só. Amamos velas, músicas, vinhos e pessoas de sentimentos de verdade. Ela e eu, misturamos alma e coração. É tão gostoso de se sentir...
O olhar sutil da lua, os sentimentos guardados, a chuva, os óculos em todas as horas e um sorriso de canto de boca. Agora ela e eu estamos vendo fumaças de incenso e seu bailado no vento. Já é dia, vamos dormir com a lembrança daquele sorriso da lua, da vida. Sem distância, tudo em nosso peito. Dela e meu. Nosso relicário secreto. Nos Deitamos. Ela, Eu... Ah! Sem despedidas, por favor. Estamos sempre juntas num só corpo.

8 comentários:

  1. Prima,
    Adoro ler seus textos... Esse, mais do que muitos outros que escrevestes me traduz uma essência verdadeira do que é Amannda e da intensidade das "coisas" que ela vive e sente.
    Te amo!

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  2. Poww Mandyy.. que texto perfeitooo...
    Amoo vim aqui sempreeeeeeeeee.
    "Nós amamos os olhares e o que eles dizem. Ela acha mais engraçado do que eu, quando o olhar contradiz o que a boca fala. O de dentro entende mais, por isso ela solta gargalhadas que às vezes, eu não entendo, mas me melhora."
    PERFEITOO ISSOO.. O TEXTO TODOOOOOOOOO!!!
    Parabénss!!!!

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  3. ahh esse comentario anonimoo foi Eu Vi Mandyy..
    Bellllllllll!!!
    Beijosssssss

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  4. Nunca tinha lido seus textos mas gostei muito. Principalmente desse bela prosa poética.....

    "Não por falta de colírio" é otima!
    adorei.. rs

    Pierrot Sampaio

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  5. Se ela se entende com ela, tudo acaba em paz, mesmo após um vendaval que seja. Abraço, Amannda

    Convido-te para ler algo em http://jefhcardoso.blogspot.com . Caso algo lhe faça falar, comente à vontade. Sou afeito aos elogios, não nego, mas também estou pronto para as críticas.

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  6. adorei o texto e estou seguindo :D

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